Raciocínio Lógico é a capacidade de obter-se conclusões válidas a partir de um conjunto de premissas. No discurso cotidiano, essas conclusões válidas costumam estar indicadas por palavras chave tais como: portanto, logo, assim, etc.
Não existe um consenso universal de qual o exato escopo do assunto, mas tipicamente envolve o estudo de argumentos, inferências, paradoxos e falácias. Historicamente, é um campo de estudo da filosofia (desde a Grécia Antiga) e da matemática (séc. XIX).
Os tipos mais comuns de raciocínio lógico são:
- dedutivo
- indutivo
- abdutivo
Raciocínio Dedutivo
Raciocínio dedutivo significa usar um conjunto de premissas para deduzir através da lógica conclusões válidas. Exemplo:
Todos os seres humanos são mortais.
Sócrates é humano.
Sócrates é mortal.
Combinando a regra geral “todos os seres humanos são mortais” (premissa principal) com a situação específica “Sócrates é humano” (premissa menor), pode-se concluir que “Sócrates é mortal”. Esse tipo específico de raciocínio - duas premissas gerando uma conclusão - é chamado de silogismo e é assunto frequente em raciocínio lógico.
Observe que o raciocínio dedutivo não fornece novas informações, apenas rearranja informações que já são conhecidas em novas afirmações válidas. Então, raciocínio dedutivo é “se isso for verdade, então isso também é verdade”.
Raciocínio Indutivo
O raciocínio indutivo visa encontrar padrões ou tendências e, em seguida, fazer uma generalização e extrapolar. Portanto, não se tem certeza de que uma conclusão baseada no raciocínio indutivo é 100% válida. Uma hipótese famosa é:
Todos os cisnes são brancos.
Esta conclusão foi obtida após observar-se que, dentre uma grande quantidade de cisnes, nenhum era negro. Consequentemente, assumiu-se que cisnes negros não existem. O raciocínio indutivo é, portanto, uma forma arriscada de raciocínio lógico, uma vez que a conclusão pode ser facilmente refutada bastando, nesse caso dos cisnes, encontrar um único cisne negro.
Outro exemplo típico de raciocínio indutivo são sequências numéricas:
6, 9, 12, 15, ?
A resposta lógica para essa sequência parece ser 18, mas você não pode dar 100% de certeza. Existe a possibilidade dessa sequência representar algo estranho, diferente do esperado, fazendo com que o próximo número da sequência fuja do padrão óbvio.
Em resumo, raciocínio indutivo consiste em:
- avaliar as informações dadas
- generalizar
- interpolar ou extrapolar
Sendo que, sempre haverá o julgamento de uma generalização, que pode ou não ser verdade. Enquanto que no raciocínio dedutivo, não há julgamento. As conclusões são verdades absolutas com base nas informações fornecidas.
Raciocínio Abdutivo
O raciocínio abdutivo é um pouco semelhante ao raciocínio indutivo. Inicialmente era chamado de “adivinhação”, já que as conclusões apresentadas são baseadas em probabilidades. No raciocínio abdutivo presume-se que a conclusão mais plausível é também a correta.
Exemplo:
O pote está cheio de bolinhas amarelas.
João tem uma bolinha amarela na mão.
A bolinha amarela na mão do João foi retirada do pote.
Por raciocínio abdutivo, a possibilidade de João ter pego a bolinha amarela do pote é razoável, mas é puramente baseada em especulação. A bolinha amarela poderia ter sido, por exemplo, comprada em uma loja. Portanto, abduzir que João pegou a bolinha amarela do pote a partir da observação do “pote cheio de bolinhas amarelas” pode levar a uma conclusão falsa.
Teste de Raciocínio Lógico
Um teste de raciocínio lógico é um tipo de teste de aptidão amplamente utilizado por empregadores para avaliar os candidatos durante o processo de recrutamento. Tais testes são desenvolvidos para:
- medir a capacidade de obter conclusões lógicas com base em informações fornecidas (tipicamente declarações ou argumentos)
- identificar a força dessas informações
Esses tipos de testes podem ser verbais ou não verbais, sendo que cada fornecedor (ex: SHL, Kenexa, etc) usa sua própria terminologia e estilo, tornando-o ainda mais confuso.
Contexto .vs. Lógica
Nos testes de raciocínio lógico é comum os examinadores colocarem questões em que as premissas e conclusões estejam obviamente erradas, mas logicamente corretas. Tenha ciência de que, nesses testes, as conclusões são obtidas apenas com base na lógica e não na validade do contexto das premissas ou conclusões.
Exemplo:
Comer muito faz você perder peso.
Carlos é obeso.Pergunta: O que fazer para Carlos perder peso?
Conclusão: Faça Carlos comer muito.
Apenas pelo contexto, você pensaria que esta conclusão está incorreta, já que na prática sabe-se que comer muito não faz você perder peso. Pelo contrário, você ganha peso. No entanto, com base no raciocínio lógico, esta é uma conclusão válida caso as premissas sejam dadas como verdadeiras.
Em testes de raciocínio lógico, normalmente o importante é a relação entre premissas e conclusões, e não se o conteúdo das premissas e conclusões está de acordo com a realidade.
Raciocínio Lógico Concreto e Abstrato
Questões de raciocínio abstrato são muito semelhantes às de raciocínio indutivo. Elas procuram medir sua habilidade de pensar lateralmente a fim de medir a velocidade e precisão que você consegue identificar e interpretar relações numa sequencia de figuras. Esse tipo de questão é não verbal, de tal forma que não será necessário analisar informações verbais ou numéricas tanto na pergunta quanto na resposta.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Raciocínio Lógico Formal e Informal
Nos testes de raciocínio lógico, principalmente de nível superior, também costuma ser exigido um formalismo adicional no assunto. Isso inclui:
- nomenclatura: proposição, valor lógico, conectivos, tabela verdade, tautologia, etc.
- simbolismo: p ∨ (p), (p Λ q) → (p → q), etc.
- teoremas: não-contradição, terceiro excluído, etc
- lógica proposicional e categórica